A fuga para o Egito
Mateus 2: 13 Tendo eles partido, eis que apareceu um anjo do Senhor a José, em sonho, e disse: Dispõe-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egito e permanece lá até que eu te avise; porque Herodes há de procurar o menino para o matar.
14 Dispondo-se ele, tomou de noite o menino e sua mãe e partiu para o Egito;
15 e lá ficou até à morte de Herodes, para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor, por intermédio do profeta: Do Egito chamei o meu Filho.
O Filho de Deus – O Emanuel – a semelhança dos seus discipulos nos dias atuais, também passou por momentos difíceis em sua vida terrena. Em sua mais tenra idade, ele não teve o conforte e a segurança que todo recém-nascido precisar ter.
A história bíblica nos diz que Ele precisou FUGIR às pressas para bem longe de sua terra, dos seus familiares como uma presa foge do predador.
Observa, nesta passagem da Bíblia, quão verdadeiro é o fato que os governantes deste mundo (o sistema político) raramente mostram-se amigáveis para com a causa de Deus!
O ‘sistema’ político deste mundo, tal qual o ecumenismo, não fazem justiça ao evangelho e a missão nobre da Igreja de Cristo!
A semelhança dos dias de Jesus, a notoriedade do mundo me faz pensar que as pessoas (dentro e fora da igreja) já elegeram suas preferências e seus ídolos e que Deus, se sobrar algum espaço, terá a atenção delas um dia. É o "complexo de Laodicéia": acham que são o máximo, que não precisam de nada, mas mal sabem que são ‘miseráveis’, pobres, cegos e nus. Os valores alterados invertem o que é importante e o que não é.
Observamos como o Senhor Jesus foi um “homem de dores”, desde a mais tenra infância. As tribulações vinham ao seu encontro, desde que Ele entrou neste mundo. Sua vida correu perigo, devido ao medo e à ira de Herodes. As ondas da humilhação começaram a bater contra Ele, desde que ainda era um nenê (um bebê) que se amamentava. O Rev. Miguel Rizzo O chama de “Varão de dores!” “Quem examinar a narrativa evangélica percebe, de pronto, que Jesus suportou no decorrer do seu julgamento e durante a execução da sentença que o tortuoso veredicto do Sinédrio e de Pilatos lhe conferiu, gravíssimos padecimentos físicos: as pancadas; os açoites; a coroa de espinhos; o peso da cruz, que ele carregou pelas ruas de Jerusalém; os cravos; as marteladas; e todas as dores lancinantes da morte na cruz”. O Senhor Jesus é precisamente o Salvador de que necessitam aqueles que padecem e vivem na tristeza!!!
Ele sabe perfeitamente o que é padecer nos braços da dor, da solidão, rejeição (Isaías 53:3 - Um dos mais terríveis sentimentos experimentados pelo ser humano é o de rejeição), tristeza, perseguições e toda espécie de sofrimento! Por isso Ele é também perfeitamente capaz de entender e simpatizar conosco quando, sofremos debaixo de alguma cruel perseguição, clamemos a Ele. Derramemos diante de Jesus os gemidos de nossos corações. Ele tem grande experiência pessoal com as aflições.
Os poderosos deste mundo também morrem e hão de comparecer perante Deus!
“e lá ficou até à morte de Herodes,”. Quem teve tanta cautela para proteger seu trono, assassinou os inocentes de Belém, mas só sobreviveu mais alguns meses. F. Josefo diz que Herodes morreu de hidropsia, gangrena e uma enfermidade aviltante, em Jericó, com a idade de 70 anos. Poucos dias antes tentara o suicídio, e apenas cinco dias antes de sua própria morte ordenara a execução de Antípatre, seu filho.
Observamos como a morte pode remover deste mundo os reis, os poderosos como a quaisquer outros homens. Morte, aquela hora solene, tão temida pelos ímpios; tão idiosa para aqueles que vivem sem Deus!
Quando os decretos de Deus são baixados a eles, não são capazes de permanecerem vivos.
O assassino de crianças importantes precisa enfrentar a morte e o grande e justo tribunal de Deus. José e Maria acabaram recebendo a notícia de que Herodes já havia falecido. Imediatamente regressaram com toda a segurança para a sua terra natal. Os crentes não devem se amedrontar diante das perseguições. Antes, deveriam relembrar o fato que “o júbilo dos perversos é breve, e a alegria dos ímpios momentânea” (Jó 20:5). Onde estão os inimigos da Igreja do Senhor?
Onde estão as tropas galopantes com seu cavalgamento sobre o sangue do povo de Deus? O que aconteceu a ‘cavalaria inquisitiva’ inimiga dos crentes? Que sucedeu aos Faraós, aos Neros e aos Dioclecianos que em sua época perseguiram ferozmente aos servos de Deus?
Onde estão alguns perseguidores mais recentes, como a sanguinária Maria da Inglaterra ou como Carlos IX da França?
A sanguinária Maria da Inglaterra, Carlos IX da França e Catarina de Médici – Esta última foi responsável pela matança dos cristãos na Noite de São Bartolomeu...
O massacre da noite de São Bartolomeu foi um episódio sangrento na repressão aos protestantes na França pelos reis franceses, que eram católicos. Esse genocídio aconteceu em 23 e 24 de agosto de 1572, em Paris, no dia de São Bartolomeu.
As matanças, organizadas pela Casa real francesa, começaram em 24 de Agosto de 1572 e duraram vários meses, inicialmente em Paris e depois em outras cidades francesas, vitimando entre 30 mil e 100 mil protestantes franceses (chamados huguenotes - Calvinistas).
Este massacre veio dois anos depois do tratado de paz de Saint-Germain, pelo qual Catarina de Médici tinha oferecido tréguas aos protestantes.
Nero e a perseguição aos cristãos...
Esses fizeram o máximo ao seu alcance para lançar a divina verdade por terra. Mas a verdade tornou a brotar, e continua vivendo; enquanto que os perseguidores estão mortos e os seus corpos já se dissolveram no solo.
Por conseguinte, que não desmaie nenhum coração crente. A morte é uma poderosa niveladora de todos os homens, podendo retirar qualquer montanha do caminho da Igreja de Cristo.
“O Senhor vive para sempre.” Os seus inimigos são meros homens. A verdade sempre haverá de prevalecer.
Jesus viveu em ambiente que o não compreendia. Seus pais precisaram fugir as presas com medo do cruel Herodes. Ele foi expulso de Nazaré. Que importa isso, se lá ficaram muitas almas iluminadas pelo esplendor de seu ensino? Suportou as agruras inenarráveis do Getsêmane. Que importa se assim padecendo legou ao mundo o mais fulgurante exemplo de abnegação que se poderá encontrar na galeria de seus heróis? Foi insultado pelo Sinédrio; esbofetearam-no; cuspiram-lhe no rosto. Que importa, se no negrume desse quadro de vilanias, Ele acendeu uma luz que orientará sempre, pelos séculos em fora, a piedade perseguida ou a consagração ultrajada? Crucificaram-no. Que importa, se morrendo na cruz ele redime a humanidade?
Rev. Misael Ferreira de Oliveira