O Projeto Macedônia (Organizado em 31 de Agosto de 2008), é um projeto missionário que harmoniza ORTODOXIA e ORTOPRAXIA - SACERDOTALISMO (Fé é obras). O Rev. Misael é autor e coordenador. Mestre em Missões Urbanas. Pós-graduado em Sociologia e Filosofia - Secretário presbiterial de evangelização e missões do Presbitério de Cabo Frio, RJ. - Assistindo os santos em suas necessidades conf. Gl 2:10. (Mc 16:15)
segunda-feira, 15 de dezembro de 2014
quinta-feira, 13 de novembro de 2014
Chacais e colibris não se alimentam nas mesmas
fontes. Ratos e leões não partilham da mesma lama. ‘Vira-lata’
não conhece ‘pedigree’. Nem todos os gatos são pardos; nem todos os
sacerdotes pertencem à mesma laia. Ledo engano[1] é querer ‘se igualar...” É tentar mudar a pele do etíope
(Jr 13:23). É querer que Chacais e Colibris se alimente nas mesmas fontes. Que
ratos e leões partilhem do mesmo ‘manguezal’.
Mesmo que o céu pareça
indiferente ao riso da hiena, mesmo que a lua empalideça com o vôo do abutre, o
ímpio não subsistirá na congregação do justo (Sl 1:5).
[1] Ledo engano é um termo usado quando alguém cometeu um
erro ou engano, geralmente de boa-fé, ou seja, quando a pessoa não tem a
intenção de fazê-lo. A palavra ledo vem do latim e significa risonho;
alegre", portanto a expressão significa engano alegre. Geralmente
utiliza-se a expressão ledo engano quando uma pessoa não tem consciência do
engano, pensa estar acertando e fazendo algo para o bem... Segundo o dicionário
Houaiss, ledo engano é aquele gerado sem malícia, de boa-fé...
Bastará
uma breve aragem para eles se espalharem como a moinha no deserto. “Toda planta que meu Pai celeste não
plantou será arrancada” (Mateus 15:13).
Israel e sua casta dominante feita de fariseus não é a vinha plantada
por Deus, mas um matagal agreste.[1] Um ‘terreno assoreado’.[2]
Só fica na casa de Deus quem é de Deus! Se for de
Deus, resistirá. Se for do homem, ruirá. As mal ensaiadas pantomimas e
arengas eclesiásticas merecem ser expostas ao ridículo. Causa asco o sorriso
manso e esfomeado dos apanagiados do templo. A lã que agasalha lobos mal
disfarçados de ovelhas já cheira a mortalha. A sombra dos vampiros religiosos já se
projeta na parede como um espectro demoníaco. Não tarda o dia para
que os bufões, que não gaguejam suas verborragias, sejam desnudados em suas
falácias. Não se ouvirá o tilintar dos cobres em seus gazofilácios. Antes que a
obra de cada passe pelo fogo, alguém tem que clamar chega, basta! Que os
escarnecedores saibam que seus disparates e estultícias chegaram aos ouvidos
divinos. Sim,
o Justo não tolera o mercadejamento da verdade, a banalização do sagrado e o
aviltamento da ética. Que as massas se unam contra os cambistas que
rastejam pelos corredores da cristandade. É preciso nascer novos Elias; alguém
precisa ensinar o povo a gritar chega! É preciso rechaçar o conselho cauteloso
dos apóstolos postiços antes que as pedras clamem por justiça. Que sumam os
aproveitadores da credulidade de quem sofre. Que os anjos separem o joio do trigo e o Supremo pastor aparte as
ovelhas dos bodes. E seja alardeado de cima do telhado, tudo o que foi
praticado na surdina. Que venha o Dia da Vingança!
[1] Agreste
(do latim: relativo ao
campo, campestre, campesiano, capoeira, colono) designa uma área na Região Nordeste do Brasil de transição
entre a Zona
da Mata
e o Sertão, que se estende
por uma vasta área dos estados brasileiros da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio
Grande do Norte.
Possui como características principais solos profundos (latossolos e argissolos), com relevo extremamente
variável, associados a solos rasos (litossolos),
solos relativamente férteis, vegetação variável com
predominância de vegetação caducifólia (decídua - Na botânica, caducifólia,
caduca ou decídua). É uma área sujeita a secas... O Brasil
possui 4 pólos principais: Campina Grande (principal do Agreste Setentrional),
Caruaru (principal do Agreste Central), Arapiraca (principal do Agreste
Centro-Meridional) e Feira de Santana (principal do Agreste Meridional... Em
resumo: é uma das vegetações mais feia e triste que os olhos podem
contemplar...
[2] Assoreamento
é o processo em que se observa no leito dos rios lagos acúmulo de detritos,
lixo entulho e outros, no fundo dos rios e lagoas interferem na topografia de
seus leitos impedindo-os de portar cada vez menos água, provocando seu
transbordamento em épocas de grande quantidade de chuvas e tornados. O
assoreamento cria ainda uma vegetação daninha que tira o oxigênio e impede o
crescimento de qualquer outra vegetação nativa...
quarta-feira, 29 de outubro de 2014
sexta-feira, 17 de outubro de 2014
quinta-feira, 11 de setembro de 2014
domingo, 27 de julho de 2014
A BÍBLIA COMO INSTRUMENTO DA MISSÃO DA IGREJA.
Parafraseando
as palavras do poeta Castro Alves no que diz:
Oh! Bendito o que semeia
Livros... livros à mão cheia...
O livro caindo n'alma
É germe — que faz a palma,
É chuva — que faz o mar.
Parafraseando:
Oh! Bendito o que semeia
Bíblias... Bíblias à mão cheia...
E manda o povo ler e pensar!
A Bíblia caindo n'alma
É germe — que transforma a alma,
É Cristo
— que transforma vida e leva para o céu!
SEM A BÍBLIA A EVANHELIZAÇÃO E MISSÃO DA IGREJA ESTÁ COMPROMETIDA.
SEM A BÍBLIA NÃO TEMOS NADA PARA OFERECER.
“Sem a Bíblia, a evangelização do mundo é
impossível, pois sem ela não temos nenhum evangelho para levar às nações,
nenhuma garantia para oferecer, nenhuma ideia de como fazer a tarefa e nenhuma
esperança de sucesso. É a Bíblia que nos dá o mandato, a mensagem, o modelo e o
poder de que precisamos para a evangelização do mundo”
O ponto de partida e o ponto de chegada em qualquer consciência missionária
está no ‘Manual de Instrução’ de Deus, a Bíblia.
Sem a Bíblia, a evangelização do mundo seria não
apenas impossível, mas também inconcebível. A Bíblia impõe-nos a
responsabilidade de evangelizar o mundo, dá-nos um evangelho a proclamar,
diz-nos como fazê-lo e declara-se o poder de Deus para a salvação de cada
crente. Além disso, é fato, na história passada e contemporânea, que o grau de
compromisso da Igreja com a evangelização do mundo é proporcional ao grau de
sua convicção da autoridade da Bíblia. Sempre que o cristão perde a confiança
na Bíblia, seu zelo pela evangelização acaba se esvaindo. Inversamente, se ele
estiver convencido acerca da Bíblia, estará também determinado a evangelizar
(John R.W. Stott R.W. Perspectivas no movimento cristão
mundial. p. 19).
A bem da verdade, a Bíblia tem sido pouco utilizada
nas atividades diárias e evangelísticas da igreja.
A ERA CRISTÃ ESTÁ PASSANDO!!!
APENAS LENÇOIS DE LINHOS E VISÕES DE ANJOS.
O desafio religioso de ontem requeria de nós que
não perdêssemos de vista a transcendência da fé enquanto acentuávamos a
dimensão da encarnação dessa mesma fé. O desafio religioso dos dias atuais
requer que não se perca de vista o caráter absoluto da fé e a realidade
convencional e ética do evangelho. Às vezes, no entanto, nos parece que
esquecemos que esta é uma oportunidade ao mesmo tempo rica e perigosa. É
preciso discernir que a ‘abertura’ para a religião não é sinônimo de ‘doxologia’
e sede do Deus da Bíblia. Que a busca da ‘experiência’ não nos leva,
necessariamente, aos pés da Cruz. Que o encontro com a transcendência não quer
dizer que ouve um encontro real com Cristo crucificado.
No texto de Lucas 24:13-35, os discípulos
decepcionados fazem referência a um encontro que não aconteceu. Pois na busca
pelo corpo de Cristo crucificado, dá-se um encontro com anjos, que anunciam que
o Cristo já não está morto, mas vivo. Mas, como diz Lucas, “a ele não o viram”.
O Evangelho de João fala dos lençóis de linhos (João 20:1ss)., que dão a pista
mas não concretizam o encontro com o Cristo crucificado. Confesso que um dos
temores que transita o meu coração, é que nestes tempos de sede e abertura
religiosa (numerologia/ frenesi/politicagem...), a igreja não esteja levando as
pessoas para além de um encontro com os ‘”lençóis de linhos”. Às vezes até está
promovendo visões e “encontro com anjos”. Mas ao final desde caminho, é sempre
difícil e trágico ter de concluir que “a ele não no viram”.
A fé cristã quer ir e vai além dos “lençóis de linhos” e das “visões de anjos”. A fé
cristã nasce e culmina no encontro vivo com o Cristo ressurreto, que carrega
nas mãos as marcas da crucificação. Nada mais nada menos do que isso. E se não
chegarmos a este encontro com o Cristo da Cruz, e de Lucas 4:18-19, tudo o que
temos é movimento religioso. Realidade virtual, frenesi religioso, com gosto
falso de experiência cristã. Experiência essa, onde os templos continuam com
sua lotação máxima, mas o mundo continua se desintegrando em sua putrefação e
decomposição moral e social.
______________________
Rev. Misael
Ferreira de Oliveira. Trabalho apresentado ao Centro Presbiteriano de
Pós-Graduação Andrew Jumper (CPAJ) como parte dos requisitos da Estrutura
Curricular do curso: Mestrado em Divindade - Magister Divinitatis (M.Div) com
ênfase em Plantação de Igreja e Missões Urbanas. p. 08
quinta-feira, 19 de junho de 2014
CORPUS CHRISTI: VOCÊ SABE O QUE ISSO SIGNIFICA?
Hoje
(19/06/2014) visitei o centro da cidade de Cabo Frio, RJ. Apesar do tempo
chuvoso, pude ver ali centenas se não milhares de pessoas principalmente jovens
envolvidos no que a ‘Igreja Romana’ chama de “expressões artísticas”. ‘CARRADAS e mais CARRADAS’ de caminhões (não estou exagerando em dizer CARADAS) de SAL espalhadas pelas ruas.
CORPUS
CRISTI é uma das grandes HERESIAS da HISTÓRIA.
A
origem da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo remonta ao século XIII.
A Igreja
Católica Romana sentiu necessidade de realçar a PRESENÇA REAL
DO “CRISTO TODO” (Carne, sangue, órgãos, unhas, cabelo, ossos, pele,
fezes ou excrementos... em fim, o “Cristo todo”) no pão consagrado.
A Festa de Corpus Christi foi instituída pelo Papa Urbano IV
com a bula Transiturus de hoc mundo de 11 de agosto de 1264, para ser
celebrada na quinta-feira após a Festa da Santíssima
Trindade, que acontece no domingo depois de Pentecostes.
Antes do dia 11 de agosto de 1264 a Igreja
Cristã amparada pela Bíblia não cria absolutamente em nada disso (não existia o
dia de “CORPUS CHRISTI” na Igreja
Cristã – foi instituído pelo Concílio vaticano). Da mesma forma, os
genuínos cristãos atuais não podem aceitar tais ensinos que não tem qualquer
amparo na Bíblia, a Palavra de Deus.
O BRASIL É UM PAÍS INCREDULO. UM GRANDE CAMPO MISSIONÁRIO!!! “Não
dizeis vós que ainda há quatro meses até à ceifa? Eu, porém, vos digo: erguei
os olhos e vede os campos, pois já branquejam para a ceifa.” (João 4:35).
Jerusalém é a cidade onde vivemos. E o “ide” de Jesus não
significa que eu não possa ficar. Não se trata necessariamente de uma questão
geográfica. O chamado pode se estender até a ‘Bolívia’ sem jamais esquecer-se
da ‘Olívia’ (sua cidade, seu bairro, sua rua, seu condomínio), a igreja local
precisa evangelizar visando tirar o homem do mundo e devolvê-lo ao mundo,
transformado, com novas convicções e novos padrões.
Rev. Misael Ferreira de Oliveira
quinta-feira, 29 de maio de 2014
GENEBRA E O NORDESTE BRASILEIRO: CONTRA SENSO IRECONCILIÁVEIS
Um dos
capítulos do trabalho do Rev. Misael ao Centro Presbiteriano de Pós-Graduação
Andrew Jumper – SP – Intitulado:
DIAKONIA
NA MISSÃO IGREJA
Pietas
et etiam caritas
O culto devido a Deus (pietas) e o amor
devido ao próximo (caritas)
Com o passar do tempo, sem
percebermos, valores neotestamentários e históricos foram desprezados até
desaparecê-los. Nos últimos anos a igreja se distanciou consideravelmente dos
valores e deveres cristãos em duas linhas paralelas quase irreconciliáveis. Os
‘cristãos’ modernos opinaram por uma ‘linha’ que se afasta com velocidade da
‘fronteira’, da ‘linha de demarcação de Deus.
GENEBRA E O ESFORÇO MISSIONÁRIO DE JOÃO CALVINO
Pensar em Calvino como
responsável por uma elaboração de uma doutrina somente, é sem dúvidas algo
muito pequeno e claramente faltoso de conhecimento da vida e obra de Calvino. À
medida que conhecemos a doutrina calvinista, fica claro a importância atribuída
e comprometimento de Calvino com o cuidado pastoral, a evangelização e visão missionária
num tempo onde a opressão ao evangelho era grande operando no radicalismo.[1]
Falar de
João Calvino é falar de um home segundo o coração de Deus, é fato de desejarmos
ver o Senhor Jesus Cristo por trás da vida celebrada. Apreciar esse reformador
do século XVI é desejar ver novamente a obra de Cristo na redenção do homem, na
vida cristã, no mundo criado e no mundo porvir. O escopo da teologia de Calvino
é a união de Cristo com o homem redimido, perdoado e salvo. “Também vemos muito
de sua preocupação em glorificar a Deus e edificar a igreja, alcançando os
homens perdidos por meio de uma ousada ação missionária e evangelística;
consolando o povo de Deus em suas perseguições, por meio de inúmeras cartas que
enviava aos crentes da França e de muitos outros lugares; instruindo o povo de
Deus por meio de sua incansável ação pastoral, seu vasto trabalho de exposição
das Escrituras e sua vigorosa produção de comentários bíblicos”.[2]
A
ação missionária e evangelística de Calvino em Genebra é de deixar a igreja
hodierna envergonhada. O calvinismo é o maior exemplo de empreendimento
missionário na história pós-reforma. Quem
foram George Whitefield, Charles H. Spurgeon, William Carey, Devid Brainerd,
Jonatham Edwards, Ashbel Green Simionton etc senão calvinistas convictos? A paixão e vocação missionária de
Calvino se revelou de várias maneiras:
Muitos
conhecem a acusação de que os calvinistas se preocupam somente com doutrina e
são indiferentes à evangelização e missão... Calvino evangelizava
persistentemente as criança de Genebra, por meio de aulas de catecismo e da
Academia de Genebra. Ele treinava pregadores a rogarem aos homens e mulheres
que seguissem a Cristo. A visitação na enfermidade prescrevia uma conversa
evangelística. Além de uma análise superficial dos sermões de Calvino mostra de
imediato um zelo permanente para que homens e mulheres forres convertidos a
Cristo.[3]
Não se
pode separar Calvino da obra missionária, nem ignorar seu modelo evangelístico
para a igreja em toda a sua trajetória no prepara e envio de missionários. “88
missionários foram enviados a Genebra. De fato, ouve mais do que cem, e muitos
deles foram treinados diretamente por Calvino. Genebra se tornou o irmã de
crentes perseguidos, e muitos desses imigrantes foram discipulados e retornaram
ao seu país como missionários e evangelistas eficazes”.[4]
Quando
os tempos de turbulência se acalmaram no ministério do reformador,
imediatamente surgiu a oportunidade para expansão missionária intencional e
implantação de igrejas. A história mostra que a bênção de Deus repousava sobre
a vida e os esforços missionários de Calvino e das igrejas de Genebra., de 155 a
1562, foi extraordinário – “mais de 200 igrejas secretas foram implantadas na
França por volta de 1560. Até 1562, o número crescera para 2.150, produzindo
mais de 3.000,00 de membros. Algumas dessas igrejas tinham congregações que
totalizavam milhares de membros”.[5]
Existe
o relato histórico de uma correspondência do pastor de Montpelier relatando o
grande apogeu missionário decorrente das bênçãos do Senhor: “...nossa igreja,
graças a Deus, tem crescido, e continua crescendo tanto a cada dia, que
pregamos três sermões aos domingos para mais de cinco ou seis mil pessoas”.[6]
Outra Carta do pastor de Toulouse, declarava: “Nossa igreja continua crescendo
até ao admirável número de oito ou nove mil almas”.[7]
A França, pátria do reformador foi por meio de seu ministério ‘evadida’ por
mais de 1.300 missionários treinados em Genebra. Desse esforço missionário
nascera a Igreja Huguenote Francesa que quase triunfou sobre a contra reforma
católica na França.
Calvino
não evangelizou e implantou igrejas somente na França. Os missionários
treinados por ele estabeleceram igrejas na Itália, Holanda, Hungria, Polônia,
Alemanha, Inglaterra, Escócia e nos estados independentes da Renância. Ainda
mais admirável foi uma iniciativa que enviou missionários ao Brasil.[8]
O
compromisso missionário de Calvino com a evangelização e missão não era
teórico, mas, como em todas as outras áreas de sua vida e ministério, era uma
questão de atividade zelosa e compromisso fervoroso.
11.2.
O DESCASO MISSIONÁRIO NO NORDESTE BRASILEIRO
O Projeto Macedônia
exerce dentro do contexto calvinista e amor ao próximo uma contribuição
necessária para o nordeste brasileiro, assolado por pobreza, idolatria,
injustiças, e um completo abandono por parte das autoridades políticas na sua
maioria corrupta. Os números apontam para um campo promissor e necessitado da
atenção da igreja brasileira, tão preocupada com o restante do mundo, enquanto
os filhos da nossa nação morrem de fome e principalmente sem ouvirem a palavra
de Deus.[9]
Vimos o esforço
missionário e concentrado de João Calvino. Esforço esse que tem reflexo
no mundo ainda hoje. Sentimos falta de uma “Genebra’ onde respira missões. Para
o reformador genebrino não existia lugar ou pessoa onde a graça de Cristo não
pudesse alcançar e restaurar e conduzir a boa ordem. “De fato, a glória de Deus
resplandece em todas as criaturas, tanto nas superiores como nas inferiores.
Contudo, em nenhum outro lugar essa glória resplandeceu mais intensamente do
que na cruz, na qual houve uma admirável mudança de coisas – a condenação de
todos os homens foi manifestada, o pecado foi apagado, a salvação, restaurada
ao homem; em resumo, todo o mundo foi renovado, e todas as coisas, restaurada à
boa ordem”.[10]
Nordeste & Missão.[11]
O Brasil, mas principalmente o Nordeste é um lugar deixado à própria sorte pela
igreja. O Sertão nordestino é a mais próxima e negligenciada fronteira da
igreja brasileira. Longe dos olhos, às margens das iniciativas e estigmatizadas
como “campo resistente”, centenas de comunidades rurais, onde vivem mais de 11
milhões de pessoas, clamam ano após ano por uma oportunidade relevante de ouvir
o Evangelho.
Historicamente
estas cidades do sertão nordestino têm sido classificadas como “resistentes” ao
avanço da igreja evangélica devido à idolatria. Dados do IBGE, contudo, revelam
um forte crescimento dos “sem religião” na última década, fazendo com que este
grupo já seja o segundo mais numeroso em várias destas pequenas cidades.
Juripiranga (9.600 hab.), no agreste Paraibano, com 22% de “sem religião”, é um
exemplo.
A Paraíba, com 84 municípios com menos de
3% de presença evangélica, é o Estado mais carente do Evangelho no Brasil!
Mas a Paraíba também é estratégica para o avanço do
Reino de Deus na região, pois é o centro geográfico do Nordeste. Partindo de
João Pessoa, num raio de 700 km, temos 5 outras capitais, vários pólos
regionais, como Campina Grande, Mossoró e Caruaru e centenas de pequenas
cidades do sertão.
O Nordeste (principalmente o sertão)
é o maior desafio missionário da igreja brasileira. Ao mesmo tempo, por causa
da alegria, fibra e criatividade de sua gente, é o maior potencial ainda não
mobilizado, da própria igreja, para missões. Veja alguns números.
É a 2ª região mais populosa do
Brasil (52 milhões hab.) e a que possui a menor porcentagem de evangélicos
(13%);
É onde está a maioria
(71%) das cidades menos evangelizadas do Brasil. Das 485 com menos de 3% de presença
evangélica, 343 estão no interior nordestino; nessas regiões o protestantismo
histórico é praticamente inexististe. Em alguns estados nordestinos o
presbiterianismo histórico (IPB) aparece no último relatório do IBGE com uma
presença inexpressível. A porcentagem é a menor entre todas as denominações
evangélicas existentes.
Das 258 tribos indígenas
brasileiras, 39 estão no Nordeste e, destas, 29 ainda não têm uma igreja capaz
de evangelizar seu próprio povo sem ajuda externa; Das 724 comunidades quilombolas
(descendentes de africanos), 523 estão no Nordeste e onde, em sua grande
maioria, ainda não existe uma única igreja.
Pesquisa etnográfica
realizada em 15 de julho de 2013 apresentam ainda os seguintes dados: Cidades
do Cariri da Paraíba. São João do Tigre – 5.000 hab. Sumé – 16.000 hab. Prata –
5.000,00 HAB. São Sebastião do Umbuzeiro
– 4.500,00 hab. Congo – 5.500 hab. Ouro Velho – 3.100 hab. Zabelê – 2.500 hab.
Serra Branca – 13.000 hab. Amparo – 3.000 hab. Camalaú – 7.000 hab. São João do
Cariri – 5.000 hab. Coxixola – 2.200 hab. Total de habitantes apenas nestas
cidades: 71.800 habitantes. Estas cidades tem número reduzidíssimo de
evangélicos, não tem Igreja Presbiteriana, os poucos ‘evangélicos’ não defendem
o evangelho da graça de Deus, estas cidades estão no Cariri paraibano. No
entanto, existem muitas outras cidades nos estados do Pernambuco, Ceará, Piauí
e Rio Grande do Norte em situações semelhante sem despertar qualquer interesse
missionário da igreja hodierna.
Muitos
outros fatores negativos de ordem – política – social e religiosa estão
intrinsecamente ligados ao nordeste brasileiro [Pode-se dizer com segurança que
a “África, a Macedônia” (At 16:9) que grita por socorro é logo ali]. Eis o
grande paradoxo entre a visão missionária da Igreja em Genebra e a Igreja
brasileira.
[1] LIMA, Danilo Eller / Danilo
Eller Lima. Diácono da Igreja Presbiteriana do Brasil do Jardim Esperança – Cabo Frio, RJ. Em cumprimentos a exercícios
de recomendações pastorais alusivos a teologia e a diakonia de João Calvino.
[2] Revista Fé para hoje. João
Calvino 500 anos. p.1,2. Nº 35 – Nov/2009. Ed. Fiel.
[3] Idem, Ibid, p. 32
[4] Idem, Ibid, p. 33
[5] Idem, Ibid, Op, Cit
[6] Idem
[7] Idem
[8] Idem
[9] LIMA, Danilo Eller / Danilo Eller
Lima. Diácono da Igreja Presbiteriana do Brasil do Jardim Esperança – Cabo Frio, RJ. Em cumprimentos a exercícios
de recomendações pastorais alusivos a teologia e a diakonia de João Calvino.
[10] Idem, Ibid, p.33
[11] Pesquisa etnográfica – observador
participante. www.projetomacedoniamisael.blogspot.com
segunda-feira, 24 de março de 2014
O HOMEM CRISTÃO NA PESPECTIVA DE DEUS.
“Procura
dentre o povo homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade...” (Êxodo
18:21).
“Busquei
entre eles um homem que tapasse o muro e se colocasse na brecha perante mim, a
favor desta terra, para que eu não a destruísse; mas a ninguém achei” (Ezequiel
22:30).
“Houve
um homem enviado por Deus cujo nome era João” (João 1:6).
Os
textos acima descrevem situações diferentes e de extraordinário valor
pedagógico. Na primeira, o povo de Deus necessita de homens de verdade para
liderança na condução do povo de Deus. Na segunda, Deus busca UM HOMEM e não o
encontra... Na terceira, Deus encontra UM HOMEM e o envia... Os objetivos de
Deus eram os mesmos, tanto em relação ao HOMEM BUSCADO, como em relação ao
HOMEM ENVIADO. E estes objetivos ainda hoje prevalecem especialmente, para nós,
em relação ao homem cristão. Ao discípulo de Jesus.
Deus
quer encontrar e enviar homens capazes de aborrecer a avareza, homens capazes
de interceder, capazes de ‘por a mão na brecha’. No caso de Ezequiel, o muro
estava fendido, havia brechas, havia rachaduras profundas... a nação estava
quebrada. Havia grandes rachaduras espirituais, morais e econômicas... E alguém
precisava estar ali para ajudar! As crises que se abatem sobre a nação [sobre a
igreja] demandam de homens crentes sensibilidade para interceder. É fácil
atirar pedras; qualquer irresponsável o faz... É fácil resistir (2 Tm 3:8,9 ). É
fácil criticar visando destruir; qualquer medíocre pode fazê-lo... Mas
interceder perante Deus, com amor responsável, não é fácil para a maioria! Deus
quer encontrar e enviar HOMENS CAPAZES DE
APONTAR O VERDADEIRO CAMINHO aos viajores[1]
tresmalhados.[2]
Lembro-me
das palavras de uma jovem presbiteriana antes de sua pública profissão de fé:
“Há muito eu buscava o caminho; eu sabia que o caminho existia, só não sabia
onde encontrá-lo. Vindo a esta Igreja, eu encontrei o caminho.” Sim, aquela
pessoa encontrara a Jesus! É esta a necessidade maior do mundo contemporâneo. E
este é o desafio supremo ao homem cristão. Por isso mesmo, nossa oração deve
ser no sentido de que o Senhor faça sua vontade[3] em
nossas vidas e só assim seremos verdadeiros pescadores de alma, e verdadeiras
testemunhas para a glória de Deus na mediação Sacrossanta e suficiente de Jesus
Cristo.
Rev. Misael Ferreira de Oliveira
Pastor da Igreja Presbiteriana do
Brasil
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