OMISSÃO, O
PECADO QUE SE FAZ NÃO FAZENDO.
O Padre Antonio Vieira disse que “a omissão é o
pecado que com mais facilidade se comete, e com mais dificuldade se conhece. E
o que facilmente se comete e dificilmente se conhece, raramente se emenda. A
omissão é um pecado que se faz não fazendo, é o pecado que nunca é má obra, e
algumas vezes pode ser obra boa, ainda os muitos escrupulosos vivem muito
arriscadamente este pecado.” Quem sabe que deve fazer o bem e não faz, nisso
está pecando.
Tudo que exige de nós
uma ação cristã, e simplesmente recuamos por causa de nossos interesses
pessoais e às vezes egoístas, é pecado.
Bela ilustração é feita do texto de 1 Reis 19:9-11). “Estava o
profeta Elias em um deserto metido em uma covo, aparece-lhe Deus e diz-lhe:
Ouid hic agis, Elia? “E bem Elias, vós aqui?” – Aqui, Senhor! Pois aonde estou
eu? Não estou metido em uma cova? Não estou retirado do mundo? Não estou
sepultado em vida? Ouid hicagis? E que faço eu? Não me estou disciplinado, não
estou jejuando, não estou contemplando e orando a Deus? – Assim era. Pois Elias
estava fazendo penitência em uma cova, como o responde a Deus e lhe estranha
tanto? Porque ainda que eram boas obras as que
fazia, eram melhores as que deixava de fazer. O
que fazia era devoção, o que deixava de fazer era obrigação. Tinha Deus feito a Elias profeta do povo de
Israel, tinha-lhe dado ofício público; e estar Elias no deserto quando havia de
andar na corte; estar metido em uma cova, quando havia de aparecer na praça;
está contemplando o Céu, quando havia de estar emendando a terra, era muito
grande culpa. A razão é fácil, porque no que fazia Elias salvava a sua alma; no
que deixava de fazer, perdiam-se muitas. Não digo bem: no que fazia Elias,
parecia salvar a sua alma; no que deixava de fazer, perdia a sua e as dos
outros: as dos outros, porque faltava à doutrina; a sua, porque faltava à
obrigação.”
A omissão é um comportamento maléfico não apenas para a
pessoa que se omite, mas para todo ‘GREGÁRIO’.
Sabe-se que pela omissão do governo, instala-se a anarquia,
impera a lei do mais forte e daí procedem a injustiça e todos os tipos de males
sociais.
“O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos
violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética... O que me preocupa
é o silêncio dos bons... É melhor tentar
e falhar, que preocupar-se e ver a vida passar. É
melhor tentar, ainda que em vão que sentar-se, fazendo nada até o final... Eu prefiro na chuva caminhar, que em dias frios em
casa me esconder. Prefiro ser feliz
embora louco, que em conformidade viver. Se soubesse que o mundo se
desintegraria amanhã, ainda assim plantaria a minha macieira. O que
me assusta não é a violência de poucos, mas a omissão de muitos. Temos
aprendido a voar como os pássaros, a nadar como os peixes, mas não aprendemos a
sensível arte de viver como irmãos... A covardia coloca a questão:
'É seguro?'
O comodismo coloca a questão: 'É popular?'
A etiqueta coloca a questão: 'é elegante?'
Mas a consciência coloca a questão, 'É correto?'
E chega uma altura em que temos de tomar uma
posição que não é segura, não é elegante, não é popular, mas o temos de fazer
porque a nossa consciência nos diz que é essa a atitude correta.” (Martin Luther King).
“Quando você toma conhecimento de
um problema, se torna responsável diante de Deus pela solução desse problema.
Se você não está interessado em ajudar, não faça perguntas... quando você
pergunta sobre determinada necessidade, vai acabar descobrindo que está sendo
chamado para atender a essa necessidade” (Rev. Hernandes Dias Lopes).
Quando um homem tem o coração frio e
desinteressado pela religião (e pelo seu semelhante), quando suas mãos jamais
se empregam na obra de Deus, quando os seus pés desconhecem os caminhos de
Deus, quando sua língua quase nunca é usada para louvar ou para a oração,
quando seus ouvidos são surdos à voz de Cristo no evangelho e seus olhos cegos
à beleza do reino dos céus, quando sua mente está repleta das coisas do mundo e
não há lugar para coisas espirituais -
quando encontramos essas marcas num homem, a palavra que o descreve é
“morto”...(Ef 2:1-10). Isso explica
porque o pecado não é sentido, os sermões não são cridos, os bons conselhos não
são seguidos, o evangelho não é abraçado, o mundo não é abandonado, a cruz não
é tomada, a vontade própria não é mortificada, maus hábitos não são deixados, a
Bíblia raramente é lida e os joelhos jamais se dobram em oração. Por que vemos isso por todos os lados? A resposta é simples: os homens estão mortos!