Holísmo (do grego holos, inteiro, completo)
missionário indica que as propriedades de um programa operacional da igreja não
pode ser explicado apenas pelas soma dos seus componentes. O sistema como um
todo determina como se comportam as partes. Holismo missionário é para designar
um modo téo-referente[1]
de pensar, ou ensinar a realidade da missão da igreja, segundo a qual não
se pode explicar a natureza da mesma pela mera ordenação, ênfase ou disposição
das partes, mas antes pela relação (sincronização) que elas mantém entre si e
com o próprio todo.
Missão holística é a
cosmovisão cristã de contemplar o homem como “dicotomia substancial”,[2] como
entidade ‘única’, integral e inteiramente associadas. O ser humano não é apenas
matéria física, consciência, razão e emoção. Outrossim, também não é apenas
espírito. Logo, levar em consideração alguns desses aspectos isoladamente, é
perder de vista sua “inteireza”, sua integralidade. “Nosso próximo não é uma
alma sem corpo, em que só a alma deve ser amada, nem um corpo sem alma, em que
só o corpo deve ser cuidado, nem uma junção de corpo e alma separados da
sociedade”.[3]
O
grande mandamento de Jesus (Marcos 12:30-31) expressa bem a missão holística da
igreja. Por exemplo: o homem que caiu entre os salteadores precisava, acima de
tudo, naquele momento, de remédio e curativos para suas feridas, não de ouvir
um bom sermão expositivo ou folhetos evangelísticos nos bolsos.
A
nossa compreensão da missão holística da igreja deve ser deduzida da nossa
compreensão da missão de Jesus. Nosso Senhor Jesus Cristo é a expressão
legítima do amor serviço. “Suas palavras e ações estavam correlacionadas, as
palavras interpretando as ações e as ações incorporando as palavras. Ele não
somente anunciou as boas novas do reino; ele também manifestou visíveis “sinais
do reino”. Se o povo não acreditasse em suas palavras, então que acreditassem
nele “ao menos por causa das mesmas obras” (Jo 14:11).[4]
No
aspecto holístico da igreja, os cristãos são chamados para “articular o
evangelho” por meio do que eles dizem (pregação, kerigma,
proclamação, anunciação), do que eles são (testemunho, vida) e do que eles
fazem (serviço, caritas, diakonia, koinonia).
[1] Pensar de
maneira teo-referente é considerar Deus como ponto último de referência para
tudo. [OLIVEIRA, Fabiano de Almeida. Reflexões Críticas Sobre Weltanschauung]
[2] A teologia
utiliza o termo dicotomia substancial
para referir-se aos aspectos duais da composição humana. A composição humana
não é um dualismo; é uma dualidade. É unidade-em-dualidade. Cada
um de nós é uma pessoa com dois (não três) aspectos essenciais, corpo e alma.
[3] STOTT, John. A missão cristã no
mundo moderno. p. 35
[4] Idem, Ibid. p.33.
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