“BEM-AVENTURADO
OS QUE CRORAM, PORQUE SERÃO CONSOLADOS!” (Mateus 5:4) - Rev. Misael - Projeto Macedônia
“A
cada nova declaração de bem-aventurança aumenta o abismo entre os discípulos e
o povo. A separação do grupo de discípulos se torna mais visível. Os que choram
são os que estão dispostos a viver na renúncia daquilo que o mundo considera
felicidade e paz; são os que não dançam segundo a música do mundo, que não
conseguem se acomodar a ele. Choram pelo mundo, por sua culpa, seu destino e
sua felicidade. Enquanto o mundo festeja, ficam à parte; enquanto o mundo
conclama: “Aproveitem a vida!”, estão se lamentando. Sabem que o navio em que
se celebra a vida está afundando. O mundo sonha com o progresso, o poder, o
futuro, mas os discípulos sabem do fim, do juízo final e da vinda do reino dos
céus, para o qual o mundo não está minimamente preparado. Por isso, os
discípulos são estrangeiros no mundo, hóspedes indesejáveis, perturbadores da
paz; logo, são rejeitados. Por que a Igreja de Jesus não pode tomar parte das
festas celebradas no mundo? Acaso os discípulos deixaram de ter empatia por
seus semelhantes? Será que caíram na tentação de odiá-los e desprezá-los? Não,
ninguém entende melhor seu semelhante que a Igreja de Jesus. Ninguém o ama mais
que seus discípulos — e é por isso mesmo que ficam de fora, é por isso que
choram. É significativo e belo o termo usado por Lutero para traduzir o grego
que aparece aqui como “chorar”: Leidtragen [carregar o sofrimento]. Sim,
“carregar”. A COMUNIDADE DOS DISCIPULOS NÃO LANÇA FORA O SOFRIMENTO DE SEU
SEMELHANTE, COMO SE NADA TIVESSE A VER COM ELA; ANTES, O CARREGA CONSIGO, CHORA
POR ELE (e com ele). É exatamente por meio dessa atitude que se comprova a
solidariedade com seus semelhantes.” (Dietrich Bonhoeffer, O Custo do
Discipulado. p. 49,50)

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