sábado, 12 de março de 2011

A vida emocional do pastor.

“Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina...” (1ª Tm 4:16). No grego é “epecho”, que significa “apegar-se a”, “alvejar”, “fixar a atenção sobre”. “Cria o hábito de dar atenção constante a ti mesmo”.
A vida de um pastor é como um pêndulo que oscila entre uma lágrima e um sorriso! 
“O pastorado é cheio de altos e baixos” (Rev. Adão Carlos do Nascimento).
Fisher afirmou que: “O ministério pastoral é a estranha combinação de ser amado e desprezado, aceito e criticado, seguido e rejeitado. É parte entusiasmo, parte depressão. Satisfação calma misturada com descontentamento destrutivo. Muita afeição e, às vezes, até ira. É o poder do Evangelho e a fraqueza da humanidade, tudo envolto em uma só experiência.”
O psiquiatra Louis Mcburney afirma que “a falta de autoestima (auto-apreciação) é um grande problema enfrentado pelos pastores, porque o exercício do pastorado exige muito trabalho e oferece pouco reconhecimento. Se o líder não for uma pessoa emocionalmente estável e psicologicamente bem ajustada, dentro de pouco tempo ele estará na cidade da desilusão, na rua da amargura e na sarjeta do cinismo e da hipocrisia.”
Outro fator altamente prejudicial à saúde emocional do pastor é a oposição, resistência, a indiferença, falta de apoio, de apreço, de consideração e reconhecimento por parte do próprio rebanho. Com razão escreveu João Calvino: Os pastores piedosos e probos (íntegros) terão sempre que manter esta luta de desconsiderar as ofensas daqueles que querem desfrutar de vantagem em tudo. Pois a Igreja terá sempre em seu seio pessoas hipócritas e perversas, as quais preferem suas próprias cobiças à Palavra de Deus. E mesmo as pessoas boas, quer por alguma ignorância quer por fraqueza, são às vezes tentadas pelo diabo a ficar iradas com as fiéis advertências de seu pastor. É nosso dever, pois, não ficar alarmados por quaisquer gênero de ofensas, contanto, naturalmente, que não desviemos de Cristo nossas débeis mentes”. (João Calvino: Gálatas. PP. 31,32 – Ed. Fiel).
“Talvez uma vez em cem anos alguém tenha se prejudicado por causa de elogios excessivos, mas com certeza uma vez em cada minuto alguém morre interiormente por falta de elogios.” (Cecil G. Osborne). Se existe algo que o pastor tem que conviver constantemente é com a falta de consideração, apreço, reconhecimento, auto-apreciação.
Só existe uma forma de sobreviver a tudo esses desmando: Nunca fraquejar na fé cristocêntrica, nunca duvidar da vocação e chamado ao Santo Ministério, sabendo que “Nada de esplendido jamais foi realizado, exceto por aqueles que ousaram acreditar que algo dentro deles era superior as circunstancias.” (Bruce Fairchild Barton (1886-1967).
Rev. Misael Ferreira de Oliveira

Um comentário:

  1. "Os pastores piedosos e probos terão sempre que manter esta luta de desconsiderar as ofensas daqueles que querem desfrutar de vantagem em tudo. Pois a Igreja terá sempre em seu seio pessoas hipócritas e perversas, as quais preferem suas próprias cobiças à Palavra de Deus. E mesmo as pessoas boas, quer por alguma ignorância quer por alguma fraqueza, são às vezes tentadas pelo diabo a ficar iradas com as fiéis advertências de seu pastor. É nosso dever, pois, não ficar alarmados por quaisquer gêneros de ofensas, contanto, naturalmente, que não desviemos de Cristo
    nossas débeis mentes." (João Calvino)
    Discordância e muitas vezes até ofensas fazem parte da vida pastoral. O pastor não deve permitir que tais situações o impeçam de servir a Deus com equilibro e perseverança.

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