O fundamento de todo o conhecimento verdadeiro de Deus só pode ser a clara compreensão mental de Suas perfeições, segundo revelam as Escrituras Sagradas. Não nos é possível servir nem adorar a um Deus desconhecido, nem depositar n'Ele a nossa confiança. Necessitamos de algo mais que um conhecimento teórico de Deus.
Só conhecemos verdadeiramente a Deus em nossa alma, quando nos rendemos a Ele, quando nos submetemos a Sua autoridade e quando os Seus preceitos e mandamentos regulam todos os pormenores de nossa vida. "Conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor..." [Oséias 6.3]. "Se alguém quiser fazer a vontade d'Ele... conhecerá" [João 7.17]. "... o povo que conhece ao seu Deus se esforçará e fará proezas" [Daniel 11.32].
Nos dias atuais a Igreja tem perdido o senso de majestade e sublimidade do glorioso Deus das Escrituras - e isso de um modo geral. Essa perda tem acontecido quase imperceptivelmente. Verdade é que o cristianismo moderno não está produzindo pessoas tementes a Deus, pessoas que entendam a experiência do profeta Isaías quando disse: "Ai de mim, que vou perecendo! Porque eu sou um homem de lábios impuros..." [Isaías 6.5], ou do rei Salomão quando exclamou: "Ó Senhor Deus de Israel, não há Deus como tu, em cima nos céus nem embaixo na terra" [1Reis 8.23].
É isso que move todo esforço missionário, todo chamado e sacrifício. É o senso da glória e majestade de Deus que deve levar homens e mulheres a deixarem tudo, seu lar, família, conforto, país, cultura, para lançarem-se na tarefa de anunciar entre as nações a sua glória e entre todos os povos, as suas maravilhas. O salmista, aliás, demonstra no Salmo 147.1 que adorar a Deus deve ser o desejo mais intenso de todo homem.
Esse é o eixo em torno do qual tem girado o ministério de ensino de John Piper: A realidade de que adorar a Deus e gozar sua presença é o principal tesouro, a grande conquista, a melhor porção, o bem mais precioso, a maior alegria e o prazer mais doce e intenso que o homem pode ter. Sua famosa frase, que diz que “Deus é mais glorificado em nós quando somos mais satisfeitos nele”.
Concordo com Piper quando diz que “missões não são o alvo final da Igreja. A adoração é. Missões existem porque a adoração não existe. A adoração é o grande alvo, não missões. Porque Deus é o propósito final, não o homem.”
Um entendimento correto sobre o propósito de Deus na Grande Comissão é necessário se quisermos buscar adoradores que adorem em espírito e em verdade. Se o alvo das missões é tornar Deus conhecido para que os homens o adorem, é preciso então que os homens sejam atraídos a Deus pela mensagem que o próprio Deus encarnado, Jesus Cristo, trouxe á humanidade, o evangelho. Sem o evangelho, os homens não poderão ser salvos e não se tornarão adoradores de Deus. O Pr. Mark Dever foi muito feliz quando disse que “aquilo com que você ganha as pessoas é também aquilo para o que você as ganha. Se você as ganha com o evangelho, elas são ganhas para o evangelho.” Precisamos faze missões com o evangelho. Sem concessões e sem diluí-lo ao gosto humano.
A igreja tem o chamado para investir na evangelização. Parafraseando John Piper, temos diante de nós três alternativas: ou investimos em missões como “enviadores”, ou investimos em missões como “enviados” ou desobedecemos. A igreja tem a responsabilidade vital de protagonizar este processo de ajuntamento de adoradores. Quando o senso da glória de Deus está cristalizado na convicção mais segura da Igreja, ela realizará o trabalho missionário com confiança, disposição e alegria.
Cantai ao SENHOR, bendizei o seu nome; proclamai a sua salvação, dia após dia. Anunciai entre as nações a sua glória, entre todos os povos, as suas maravilhas. Porque grande é o SENHOR e mui digno de ser louvado. Salmo 96.2-4.
O objetivo final e mais elevado da evangelização não é o bem-estar dos homens, nem mesmo sua bem-aventurança eterna, mas a glorificação de Deus.” (R.B. Kuiper) - @MisaelRev
ResponderExcluir